A área de investigação em células estaminais tem evoluído drasticamente nos últimos anos, abrindo inúmeros caminhos e trazendo um vasto leque de conhecimento na área da biomedicina. Aliado ao progresso na área existem variados impactos sociais, económicos e pessoais o que torna urgente uma comunicação apelativa e clara assim como trazer este tema à arena de discussão pública. A percepção do público em geral que as células estaminais são aquelas que se recolhem e preservam quando um bebé nasce, fica muito aquém da realidade. As células estaminais são muito mais do que isso. Todos os nossos órgãos possuem células estaminais que permitem que o nosso corpo se renove e funcione diariamente da melhor forma. Quando há falhas neste processo, de renovação a partir de células estaminais, o corpo humano entra num processo de doença. Por outro lado, há órgãos em que o reservatório de células estaminais é muito reduzido e a sua capacidade de regeneração é por isso diminuta. Estes temas devem ser abordados, para que se tenha noção que a longevidade humana, em condições de saúde, depende muito da capacidade de manutenção destes processos de renovação, a partir de células estaminais, e de como estes são afetados pelo estilo de vida moderno.
A utilização de linguagens artísticas para comunicar diversos temas científicos tem sido usada com bastante sucesso. A arte tem a capacidade de envolver, despertar emoções e fomentar o espírito crítico, dimensões essenciais para uma comunicação e educação de ciência eficaz. A abordagem educativa através de um “talk-show bem disposto” evita a utilização das expressões: “não podes”, “não deves”, “não faças”...as quais, têm muitas vezes o efeito contrário na sociedade, em particular em camadas mais jovens. O estilo “talk-show” permite ter diferentes momentos: com “espaços de entrevista”, com sátiras aos momentos de marketing de produtos tipo “Melhoral - não faz bem nem faz mal” - tentando assim combater alguma pseudociência - e sketches alusivos à temática da longevidade e das células estaminais, em que diferentes personagens adquirem protagonismo ao longo da performance, permitindo dessa forma mudar de tipo celular/ personagem e criar um guião, que permita abordar diferentes sistemas e órgãos do corpo humano. Além disso, permite ter momentos jocosos e dramáticos para abordar assuntos como o nascimento, o desenvolvimento, a saúde e a morte, de uma forma leve e dinâmica, que prenda a atenção do espectador e que ao mesmo tempo o consciencialize para a importância de ter uma vida saudável. Os melhores talk-shows têm bandas de suporte que acrescentam momentos musicais de qualidade. Neste talk-show a banda “Stem-cells Rock!” será composta por personagens que adquirem diferentes funções para além do musical e “saltam” para o espaço de entrevista com protagonismo em diferentes momentos num espetáculo com dinâmica teatral.
Com este projeto pretendemos desenvolver um piloto deste “Talk-Show: Stem Cells Rock!” com uma apresentação pública para camadas jovens da sociedade através da mobilização de estudantes do ensino secundário. Esta apresentação servirá como teste e recolha de opiniões e sugestões de melhoria por parte dos participantes, com vista à construção de um projeto maior e apresentado à escala nacional. Será um evento importante para promoção da literacia na área das células estaminais mas também um momento essencial para avaliar e alavancar este projeto de abrangência nacional. O espetáculo piloto terá lugar no Dia das Células Estaminais (9 de Outubro), com o apoio da Sociedade Portuguesa de Células Estaminais e Terapia Celular.
Sílvio Correia Santos, TAGV & CEIS20
Marta Condesso, Fábrica Centro de Ciência Viva
Paulo Neto, Casa da Música
Rodrigo Neves, Casa da Música
João Pratas, Casa da Música
2024-01-01
2024-12-31
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