PFAS de cadeia curta - Desreguladores circadianos alarmantes?

Visão Geral

Resumo do Projecto

O projeto SPARK irá responder à pergunta: “As substâncias perfluoroalquiladas (PFAS) são disruptores do ritmo circadiano?”. Atualmente, a
investigação relativa ao potencial de disrupção do ritmo circadiano por contaminantes emergentes é bastante reduzida. Contudo, alguns trabalhos apresentam pistas de que os PFAS podem ser disruptores do ritmo circadiano e causar distúrbios do sono ou outras doenças associadas, tais como doenças metabólicas.
O ritmo circadiano coordena vários processos no corpo humano, incluindo temperatura, sono e atividade metabólica. No corpo humano podemos encontrar vários relógios circadianos, o relógio principal encontra-se no hipotálamo e os relógios periféricos encontram-se em outros órgãos. Estes relógios podem ser influenciados por várias pistas ambientais, como por exemplo a luz. A disrupção do ritmo circadiano causa um impacto negativo nos organismos e está associada a várias doenças metabólicas e neurológicas. Trabalhos recentes mostram evidências de que alguns contaminantes ambientais podem ser disruptores do ritmo circadiano, contribuindo para o desenvolvimento das doenças associadas. O projeto SPARK vai avaliar se os PFAS de cadeia-curta pertencem ao grupo de disruptores circadianos.
Os PFAS são um grupo de substâncias bastante utilizadas que já foram detetadas em sangue humano e nas águas de rios Portugueses. Os PFAS de cadeia longa que incluem o PFOA (ácido perfluorooctanóico) e o PFOS (sulfonato de perfluorooctano) estão incluídos na lista de poluentes orgânicos persistentes (POPs) da convenção de Estocolmo, sendo o seu uso atualmente restrito. Devido a esta restrição, a indústria rapidamente substituiu o PFOA e o PFOS pelos seus homólogos de cadeia curta. Contudo estes compostos também apresentam riscos, tendo sido já relatados efeitos potencialmente nocivos, o que levou a agência europeia dos produtos químicos a classificar os PFAS de cadeia curta como substâncias de elevado grau de preocupação. A incerteza relativamente à segurança dos PFAS de cadeia curta levantou à hipótese de se legislar os PFAS como um grupo e não individualmente. Enquanto se debate a legislação, estes químicos continuam a entrar nos ecossistemas e nas nossas habitações. É por isso urgente perceber em que medida os PFAS influenciam a saúde humana, incluindo se estes compostos atuam através da disrupção do ritmo circadiano.
O projeto SPARK juntou uma equipa multidisciplinar para avaliar o potencial dos PFAS de cadeia curta, já detetados em águas de rios Portugueses, como disruptores do ritmo circadiano em humanos. Vários membros da equipa possuem um conhecimento profundo relativamente à disrupção do ritmo circadiano e doenças associados. Outros membros da equipa são especialistas na avaliação que contaminantes emergentes.
O projeto SPARK vai utilizar neurónios hipotalâmicos sincronizados para avaliar a capacidade de vários PFAS de cadeia curta em concentrações relevante alterarem várias características do ritmo circadiano. A possível degradação e internalização dos PFAS pelas células vai também ser verificada. Irá ser utilizada uma abordagem ómica para ter uma visão mais abrangente dos efeitos dos PFAS de cadeia curta nos neurónios hipotalâmicos.

Objectivos Principais

i. Avaliação do potencial dos PFAS de cadeia curta como disruptores circadianos;
ii. Dados relativamente à internalização dos PFAS pelos neurónios hipotalâmicos para serem utilizados em futuros estudos de toxicocinética;
iii. Identificação das vias afetadas pelos PFAS estuados;
iv. Aumento do conhecimento geral relativo à exposição a PFAS, incluindo vias de exposição e riscos associados.

Financiamento

Detalhes de Projeto

Código do Projeto

https://sciproj.ptcris.pt/176513PRJ

Data de Aprovação

2024-11-22

Data de início

2025-02-20

Custo Total Elegível

50 000€

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