O investigador do CNC-UC/CiBB Diogo Reis Carneiro é um dos vencedores do Prémio Maria de Sousa 2025, atribuído pela Ordem dos Médicos e pela Fundação Bial. Com o projeto financiado pelo galardão, Diogo Reis Carneiro pretende trazer novos contributos para compreender a interocepção cardiovascular na doença de Parkinson.
A interocepção é a representação fisiológica e psicológica dos estados internos do corpo, incluindo a perceção do funcionamento dos seus órgãos, como o bater do coração ou o enchimento da bexiga. A investigação de Diogo Reis Carneiro, centrada na interocepção na naquela doença, é agora financiada através do projeto CaInPark - Interocepção cardiovascular: dos fundamentos neuroanatómicos à disrupção na doença de Parkinson.
“A interocepção cardiovascular poderá ser um marcador fisiológico e neural promissor da interação corpo-cérebro, por isso, neste projeto pretendemos aprofundar a compreensão da interocepção cardiovascular, caracterizando a sua base neurofuncional em indivíduos saudáveis e investigando as suas alterações em indivíduos com doença de Parkinson, aspetos que continuam a ser pouco conhecidos”, explica Diogo Reis Carneiro.
Sobre os impactos desta investigação, o investigador explica que “por um lado, pretendemos alargar o conhecimento sobre a disfunção interoceptiva na doença de Parkinson e relacioná-la à disfunção autonómica, mas também antevemos a possibilidade de lançar bases de conhecimento para que, no futuro, tratamentos de modulação interoceptiva (que ajudam a perceber melhor as sensações do corpo) possam ser utilizados, com substrato científico, numa população para a qual existem ainda muitas lacunas terapêuticas”.
O projeto CaInPark vai ser financiado com 25 mil euros e uma parte da investigação vai ser desenvolvida na Universidade Médica de Innsbruck (Medical University of Innsbruck), na Áustria.
Além de investigador do CNC-UC/CiBB, Diogo Reis Carneiro é investigador do Instituto de Ciências Nucleares Aplicadas à Saúde (ICNAS), médico neurologista, estudante de doutoramento e assistente convidado da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC).
Entre os premiados está também Neuza Domingues, investigadora do Instituto Multidisciplinar do Envelhecimento (MIA Portugal) e do CiBB, vai conduzir o projeto Lisossomas nucleares: desvendar a comunicação entre lisossomas e o núcleo.
O Prémio Maria de Sousa, uma homenagem à médica e investigadora Maria de Sousa, é promovido pela Ordem dos Médicos e pela Fundação Bial e visa galardoar jovens investigadores portugueses, até aos 35 anos de idade, através do apoio a projetos de investigação na área das ciências da saúde, que inclui um estágio num centro internacional de excelência.
A cerimónia de apresentação dos vencedores da 5.ª edição do Prémio Maria de Sousa decorre em Lisboa, na tarde de 4 de novembro. Mais informações sobre o Prémio Maria de Sousa estão disponíveis em www.fundacaobial.com/premios/premio-maria-de-sousa.
Catarina Ribeiro (UC)