A Leucemia mieloide aguda (AML) é um cancro que afeta a medula óssea, local onde o sangue é produzido. É caracterizada por uma produção anormal de células sanguíneas. O Sistema imune protege o organismo de agentes patogénicos como vírus e bactérias mas tem também uma importante função de reconhecer e matar células pré-malignas anormais. Quando o sistema imune não consegue desempenhar esta função dá-se o desenvolvimento do cancro. Por forma a tratar pacientes com AML tem-se utilizado nas últimas décadas uma combinação de ácido retinoico (RA) e trióxido de arsénio, terapêutica à qual está associada uma toxicidade elevada e sucesso limitado. Recentemente, uma nova estratégia terapêutica tem vindo a ser testada com sucesso – a imunoterapia (ACT). Este tipo de terapia usa células do sistema imunitário para combater o cancro mas é um processo de engenharia celular muito complexo, caro e trabalhoso. Neste projeto propomos uma estratégia que gera células terapêuticas in situ (TCIS) que integra nanopartículas com RA (RA+NPs) e células hematopoiéticas estaminais (HSCs) como células troianas para entregar RA+NPs no nicho leucémico. Esperamos que esta estratégia de TCIS seja capaz de chegar ao microambiente da medula óssea e após ativação induzir uma resposta anti-leucémica no organismo. Para tal usaremos modelos animais de leucemia e análise de imagem para estudar a resposta de TCIS contra a doença. Este projeto enquadra-se nas orientações de Desenvolvimento Sustentável da ONU 2030 para os objetivos da Saúde e Bem-estar. Inclui investigadores de campos científicos complementares de Inglaterra e Portugal, imbuídos pelo espirito de manter uma parceria histórica entre os dois Países, para o bem de todos.
TROJANLEUK vai usar NPs foto-activaveis como um reóstato que permitirá perceber qual o papel que o RA tem no nicho da medula óssea em células hematopoiéticas estaminais (HSCs) no contexto de doença e numa situação fisiológica normal. Vai permitir explorar diretamente a natureza bipolar do RA no que diz respeito à manutenção do estado estaminal das HSCs no seu contexto natural in situ dentro da medula óssea. Este tipo de intervenção in situ nunca foi estudado.
http://doi.org/10.54499/2022.05946.PTDC
2023-03-01
2024-08-31
49.890,01€
2022.05946.PTDC
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